Discurso e argumentação foi o tema da segunda mesa redonda do dia. As discussões partiram do pressuposto de que em todo discurso argumentativo existe um sujeito que desenvolve o argumento e outro que é o alvo dele.
A discussão começou com a apresentação da profª dr. do departamento de letras da UFV, Mônica Melo com uma abordagem sobre a emoção e a razão no discurso religioso. Seu objeto de análise foi o programa Direção Espiritual transmitido pela Tv Canção Nova e apresentado pelo Padre Fábio de Melo.
O objetivo principal de uma argumentação é estimular a atenção dos interlocutores. Estratégias são desenvolvidas de acordo esta intenção. No caso do programa Direção Espiritual a argumentação é ancorada no ethos institucional da Igreja Católica. A figura do sacerdote que aconselha seus fiéis - baseado muitas vezes em argumentos já desenvolvidos por ele em outros momentos, como livros e canções - legitimam e trazem credibilidade ao discurso. A razão e a emoção são aqui utilizadas como elementos persuasivos no discurso proferido pelo padre, com maior apelo para a razão.
O professor Wander Emediato da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) foi o segundo a fazer a explanação. Com o tema Argumentação e Problematização, Wander abordou as proposições implícitas que devem ser consideradas para a compreensão do discurso. O locutor prevê um resultado quando expõe seu enunciado, mas essa interpretação recebe influências externas que serão importantes para o entendimento.
O lugar social dos posicionamentos e o lugar social das situações influenciam interpretação. Para ser mais claro daremos um exemplo. Ao receber uma multa por infração de transito, sua reação geralmente é de indignação, afinal ninguém recebe uma multa sem questionar se deveria mesmo recebê-la, mesmo que tenha sido aplicada de forma correta. Mas se a multa for aplicada a outra pessoa, principalmente se esta cometeu uma infração de transito contra você, ela será considerada mais que merecida. Percebam que neste caso sua situação é diferente e por isso a diferença de interpretação.
William Menezes, professor da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) fechou o debate com a exposição do trabalho Argumentação no discurso, estratégias identitárias e manipulações da memória.
A discussão se organizou a partir de três questionamentos propostos pelo congressista:
Como caracterizar a argumentação no discurso?
Como essa se relaciona às estratégias de constituição identitária?
Como a argumentação no discurso pode contribuir na reflexões sobre as manipulações da memória?
Para exemplificação, o professor usou fragmentos do discurso cientifico, político e da mídia impressa.
Amanhã novas mesas redondads vão acontecer:
10h30min: Discurso e Política
14h: Discurso e representações sociais
19h: Discurso e Literatura.
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